ATA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DO COMPAC – DATADA DE 02/09/2024

No segundo dia do mês de setembro do ano de dois mil e vinte e quatro, as dezoito horas e trinta e dois minutos, na sede da Secretaria Municipal de Cultura, localizada na Rua Sete de Setembro, nº 572, Ponta Grossa, Paraná, atendendo a convocação de seu Presidente, reúnem-se os integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, tendo como pautas deliberativas: apresentação do projeto de intervenção no imóvel Vila Gasparetto; pedido de salvaguarda de Expressões Ponta-grossenses; e solicitação para substituição do piso e forro do Museu Época. O Presidente informa que a reunião será gravada para que, posteriormente, seja redigida a ata e que após isto, o áudio será apagado na íntegra. Para iniciar a reunião, o Presidente realiza a chamada nominal, registrando a presença dos conselheiros: Alberto Schramm Portugal, Luiz Gustavo Barbur, Luis Cláudio Moutinho, Andreza Lima Gonçalves de Oliveira, Lorran Dyowany Jasluk de Melo, Larissa Pickler Barbosa, Renato Van Wilpe Bach, Bruno Fernando Emerick de Souza, Geraldo Lucas Agner, Gabriel Santos Dib Ferreira, Antonio Sergio dos Santos, Bernardo Fonseca Marcondes, Leonel Brizola Monastirsky, Indianara Prestes Mattar Milleo, Daluz Aparecida Ribeiro, Kathleen Coelho de Biassio, Ricardo Pimenta da Silva e Maria Luiza Côrtes. O Presidente passa a palavra à representante do proprietário do imóvel Vila Gasparetto, arquiteta Luane, que apresenta a proposta de revitalização do imóvel. Ela relata que há dois meses apresentou a intervenção pretendida ao Conselho e que, neste momento, reapresenta a proposta com as devidas orientações apresentadas pelo COMPAC naquela data. Ela informa que elaborou um projeto com imagens em 3D, para facilitar o entendimento. A nova proposta consiste na disponibilização de vagas de estacionamento na parte posterior do muro, descartando-se a ideia inicial de realoca-lo. O banco existente no jardim frontal será reposicionado na parte central da fachada do imóvel; as calçadas existentes no jardim frontal precisarão ser retiradas; o gramado será substituído por concregrama, para não se perder a permeabilidade; o muro que separa o jardim e a entrada de veículos mede nove metros e setenta e três centímetros e precisaria ser reduzido para que os veículos possam acessar as vagas; o telhado sobre o portão de acesso veicular tem a altura de dois metros e oitenta centímetros e, portanto, precisaria ter o aumento de trinta centímetros, para garantir o acesso de diferentes tamanhos de veículo, que seria feito com o mesmo material do pé direito existente; e a parte interna, que está deteriorada pelas invasões que sofreu ao longo dos anos, será revitalizada. A Conselheira Kathleen afirma que o pisograma vai afetar bastante a estética do jardim; a elevação do pé direito do portão, em trinta centímetros, não mudará o acesso dos veículos; e que, para esta elevação não deverão ser utilizados materiais similares, evitando-se o falso histórico. Ela acrescenta que seria interessante saber qual será a utilização do imóvel para verificar se estas intervenções realmente seriam necessárias, pois quando o imóvel era utilizado pelo escritório de contabilidade Vila Branda, os carros estacionavam no fundo e lateral da edificação. Ela entende que a disponibilização de quatro vagas de estacionamento não justifica a alteração estética com a instalação do pisograma. A representante afirma que o proprietário acredita que o imóvel terá uma melhor aceitação de locação com a disponibilização de vagas de estacionamento, justificando seu investimento. A Conselheira Indianara parabeniza as arquitetas pelo projeto, pois viabilizará a locação do imóvel. O Conselheiro Leonel questiona sobre a parte interna do imóvel. A representante esclarece que a parte interna será revitalizada, mas que, por se tratar de Grau de Proteção 2, apresentou somente as intervenções externas. A pedido do Presidente, a representante lembra que a primeira proposta, apresentada em reunião anterior e barrada pelo conselho, era o recuo do muro frontal para disponibilizar vagas de estacionamento na parte frontal externa da edificação, e que a proposta atual foi sugerida pelo conselho e bem aceita pelo proprietário. O Conselheiro Ricardo parabeniza as arquitetas por terem elaborado o projeto seguindo as deliberações do conselho. Diante de ampla discussão, o Presidente procede a votação para aprovação do projeto, conforme apresentado, sendo deferido por dezesseis votos favoráveis e um contrário; com a ressalva do Conselheiro Gabriel de que o aumento do pé direito do portão, em trinta centímetros, não atenderá a necessidade do proprietário; e da Conselheira Kathleen de que, se for mexer na altura do portão, que seja utilizado material diferente do existente, optando por madeira ou metal, evitando o falso histórico. Na sequência, com relação ao pedido de salvaguarda de expressões ponta-grossenses, o Presidente passa a palavra às requerentes: Marcia Dropa, Maria Izabel Sékula e Maria Aparecida Carbonar. Elas esclarecem que sua proposta vem ao encontro da formação da cidade, porque dentre todas as características que formam a identidade de um povo, destaca-se a linguagem informal. Ela acrescenta que estas expressões são utilizadas em conversas familiares, informais e que se perdem com o tempo entre as gerações mais novas. Esta linguagem surgiu de repente, com a própria formação da cidade, inicialmente com a presença dos nativos, os tropeiros, a chegada dos imigrantes, a chegada da ferrovia e a vinda de pessoas que vieram para trabalhar em Ponta Grossa. Dentre as expressões abordadas pelas autoras da pesquisa, com uma amostra de quatrocentos e trinta e nove participantes, foram proporcionalmente selecionadas: ADE (11,3%), CAPAIZ (10,8%), CURU (4,6%), DAI (13,1%), ANDANDINHO (4,4%), TONGO (12,3%), DEUZOLIVRE (9,6%), TEU FIOTE (5,7%), CRENDIOS PAI (8,3%) e GENTE DO CÉU (10,5%). A requerente, Marcia Dropa, esclarece que a proposta é para o registro de salvaguarda das palavras elencadas como bens imateriais, já que foram devidamente passadas pelo crivo da população. Ela solicita que seja aceito o pedido de salvaguarda destas dez expressões, como um passo inicial para o registro de outras, inclusive do material do professor Faris Michaele. O Presidente questiona se a salvaguarda se refere apenas às palavras apresentadas e, na medida em que surjam novas expressões abre-se um novo processo; ou se outras expressões poderão ser incluídas ao processo já instaurado. O conselho delibera pela inclusão de novas expressões ao processo já existente. A Conselheira Indianara concorda com a complementação dos processos de salvaguarda, pois no parecer do processo da München Fest não consta a informação sobre seu criador, o cervejeiro Iran Strasbourg. Ela relata que “o Pedro Wosgrau, na época em que era prefeito, foi pedir ao Iran uma sugestão de uma festa popular. O Iran deu uma sugestão de fazer uma festa da cerveja original, foi encaminhado pra São Paulo esta sugestão e a fábrica não autorizou porque a produção da cerveja original era muito restrita, e eles acharam que pra fazer uma festa de um porte desse, eles não iam permitir, aí o Iran sugeriu a München Cerveja, que é a cerveja do chopp escuro, inclusive ele trouxe a banda alemã”. O Presidente informa que solicitou esta informação e que será incluída no processo. O Conselheiro Leonel afirma que as novas expressões que surgirem deverão ser bem justificadas, assim como as apresentadas nesta reunião. O Presidente sugere que o referido processo seja intitulado como Dizeres e Expressões da Comunicação Ponta-grossense, o que é aprovado pelo conselho. Após ampla discussão, o Presidente procede a votação para o registro de salvaguarda das dez palavras elencadas, sendo deferida por unanimidade entre os conselheiros presentes. Os Conselheiros Bruno e Ricardo afirmam sobre a importância da divulgação deste trabalho através dos meios de comunicação, com o apoio da ACIPG, já que trata-se de um trabalho voluntário para a preservação da cultura de nossa cidade. Na sequência, o Presidente apresenta a solicitação para substituição do forro, piso e vigas de sustentação do piso do imóvel Museu Época, protocolada pelos proprietários. Ele relata que o imóvel nunca esteve vazio e que, com a retirada do acervo, doado ao Museu Municipal, na Mansão Villa Hilda, foi possível perceber a dimensão do nível de deterioração em que o imóvel se encontra. O Presidente faz a leitura da solicitação, “Conforme conversado, eu fui para Ponta Grossa receber alguns profissionais para realizarem orçamento para o estudo da troca do telhado (telhas e Vigas/Cumeira), troca do forro do telhado de madeira, troca do piso de madeira e também das vigas que sustentam o piso que ficam no porão. Algumas dessas empresas foram indicadas pela fundação, eles tem experiência e realizam obras em diversos imóveis tombados na cidade. Analisando a situação da estrutura do casarão (Telhado e Pisos) e dos materiais viáveis e disponíveis nos dias de hoje, os profissionais indicaram e pontuaram algumas situações que gostaria da opinião e autorização de vocês para cotarmos/orçarmos algumas substituições e reformas que estamos estudando realizar: um- nas vigas do porão que sustentam o piso de madeira do casarão, sinalizadas nas imagens em azul, não se encontram mais vigas maciças desse porte e comprimento, Pinheiro é proibido, talvez Cedrilho, mas muito difícil achar vigas naturais desse tamanho disponíveis para venda. Sugestão dos Profissionais: Substituir por algumas vigas de Concreto ou Metal leve para fazer a sustentação do piso de madeira. Podemos seguir dessa forma? Dois- o piso de madeira dos ambientes internos, no casarão as ripas são de dez cm e muito compridas. Não encontra-se Ripas de Cedrilho com esse comprimento e largura, somente se encomendar sob customização com custo elevadíssimo. Sugestão dos Profissionais: Substituir por Ripas atuais por ripas de Cedrilho na medida de 20 a 25 cm de largura e mais curtas disponíveis para venda. Podemos seguir dessa forma? Três- o forro de Madeira do telhado, conforme última foto, o forro de madeira atual do casarão, possuem medidas e espessuras que não fabricam mais. Sugestão dos Profissionais: Substituir por Forro de madeira, usando cedrilho em tamanhos disponíveis no mercado, ou ainda, usar forro de PVC, que conforme relatos, já foi usado em imóveis tombados. Qual a sugestão, podemos seguir com algumas das opções?” O Conselheiro Gabriel questiona se o conselho vai determinar quais os profissionais que farão a intervenção, se empresa especializada em restauração, ou não. O Presidente argumenta que os herdeiros do imóvel não possuem condição financeira para contratar uma especializada em restauro e que, se assim for deliberado, corre-se o risco de não realizarem nenhuma intervenção. A Conselheira Kathleen afirma que, estabelecendo que deveria ter um profissional arquiteto acompanhando a obra e a definição dos materiais que serão utilizados, não teria problema. Após ampla discussão, o conselho delibera que o forro existente deverá ser substituído por madeira (cedrilho), nas espessuras disponíveis no mercado, descartando a opção de forro de PVC; o piso existente deverá ser substituído por assoalho (cedrilho), nas espessuras disponíveis no mercado; e as vigas de sustentação do piso não deverão ser substituídas por vigas de concreto, mas sim, preferencialmente, por vigas em madeira, nas espessuras disponíveis no mercado. Para quaisquer destas intervenções, entretanto, deverá ser apresentado, previamente, o projeto. O Conselheiro Gabriel relata que no ano de dois mil e dezenove esteve, juntamente com a Conselheira Kathleen, no gabinete do então Secretário Municipal de Cultura, Fernando Durante, solicitando que a secretaria desse atenção ao Museu Época, visto que já se encontrava em precário estado de conservação e que a preocupação atingia tanto o imóvel quanto ao seu acervo. O Presidente informa que a secretaria participará de uma consulta pública, do Governo do Estado do Paraná, com recurso da lei Aldir Blanc, que vem para a cidade para a restauração de imóveis. Ele acrescenta que, se existir isso, o município recebe o recurso, faz a gestão da contratação de profissional técnico e ajuda na restauração, mas até que isso aconteça, é necessário entendimento por parte do conselho. O Presidente compartilha com os conselheiros que o orçamento para restauração do Hospital 26 de Outubro excede o valor de trezentos e noventa mil reais, apenas o projeto. O Conselheiro Leonel afirma que deve haver equilíbrio no bom senso, não se deve inviabilizar a obra, mas por outro lado não se pode aprovar qualquer coisa apenas porque o proprietário não tem condições financeiras para realizar a reforma. Ele destaca a importância da existência do projeto, como um método de trabalho do conselho. Para encerrar a reunião, o Presidente apresenta o pedido da Conselheira Indianara para a salvaguarda da obra de Faris Michaele, que será apresentada e deliberada na próxima reunião. O Presidente destaca que o processo de salvaguarda é um processo vivo, ou seja, é possível complementar com outras informações, desde que assinadas por seu relator. O presidente agradece a contribuição e a dedicação dos conselheiros e encerra a reunião às dezenove horas e cinquenta e cinco minutos.

Alberto Schramm Portugal________________
Andreza Lima Gonçalves de Oliveira________________
Antonio Sergio dos Santos____________________
Bernardo Fonseca Marcondes___________________
Bruno Fernando Emerick de Souza_________________
Carolyne Abilhôa_____________________
Daluz Aparecida Ribeiro___________________
Gabriel Santos Dib Ferreira ______
Geraldo Lucas Agner _______
Indianara Prestes Mattar Milleo__________________
Kathleen Coelho de Biassio___________________
Larissa Pickler Barbosa____________________
Leonel Brizola Monastirsky___________________
Lorran Dyowany Jasluk de Melo_________________
Luis Cláudio Moutinho____________________
Luiz Gustavo Barbur____________________
Maria Luiza Côrtes______________________
Renato Van Wilpe Bach____________________
Ricardo Pimenta da Silva___________________

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