OLARIA AYMORÉ

Imóvel da Rua Ermelino de Leão
(Indústrias Wagner S/A)
Processo: 92/2001

A Cerâmica Aymoré localiza-se no Bairro de Olarias, cujo nome originou-se devido á existência de varias olarias no local, pois o primeiro nome do mesmo foi “Bairro Chinês”. Estas foram introduzidas em Ponta Grossa no final do século XIX pelos imigrantes russo-alemães, que produziam telhas e tijolos.
A Cerâmica em questão, foi construída na década de 1940 por um grupo de sócios, tendo sido o Sr. Leopoldo Guimarães Cunha um dos maiores acionistas. Após seu falecimento a esposa vendeu as ações para o Sr. Adalberto Carvalho de Araújo, que tornou-se proprietário majoritário.
Adalberto Carvalho de Araújo faleceu em 31 de março de 1964, deixando o terreno (sete alqueires e meio) onde encontra-se a referida cerâmica, por herança ao filho Adalto Gambassi de Araújo, e quando este faleceu, passou a ser propriedade de sua esposa Maria Ivone Zanni de Araújo, que posteriormente transferiu para a filha Beatriz Araújo a parte administrativa do imóvel, e a mesma vendeu todo o maquinário e alguns depósitos.
Segundo as informações, a Cerâmica Aymoré foi a mais importante do gênero existente em Ponta Grossa. A produção era em torno de 200 mil unidades mensais, entre tijolos e telhas, chegando a empregar aproximadamente 100 operários, que exerciam várias atividades na indústria.
Porém, devido ao excesso de encargos sociais com funcionalismo e o aumento de tributos – tanto federais, quanto estaduais e municipais – a Cerâmica Aymoré não conseguiu mais manter o habitual ritmo de produção, tendo que demitir trabalhadores, e os que permaneceram exerciam várias atividades, como de coletar matéria-prima, transporte, confecção das peças, secagem queima e classificação das mesmas.
A argila, matéria-prima utilizada na fabricação de telhas e tijolos, era extraída do terreno da Cerâmica. Este material, de excelente qualidade, era transportado em caçambas tipo vagonete, que percorriam sobre trilhos, sendo puxado por cabos de aço, até chegar ao “amassador de barro”, local por onde saíam finalizadas as peças.
Segundo o Dr. Levi Martins, que trabalhou como funcionário da fábrica desde a década de 1960 até 1972, em muitas das construções existentes em Ponta Grossa e região, foram utilizados tijolos e telhas fabricados na Cerâmica Aymoré.
Mas com o incentivo destinado ás indústrias que vieram instalar-se no município de Ponta Grossa, as Olarias ficaram em segundo plano, o que ocasionou, juntamente com a desmotivação dos proprietários, a decadência e a extinção destas que proporcionavam empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local. A Cerâmica Aymoré permaneceu em funcionamento até meados da década de 1980.
Atualmente, há apenas um galpão construído em madeira e uma chaminé. Quanto aos demais materiais, alguns foram vendidos e outros sucateados. As casas que eram ocupadas pelos funcionários foram demolidas, permanecendo somente a vegetação no local.

Fontes:
Entrevista com Sr. Alecirdo Carvalho, concedida a Isolde Maria Waldmann em novembro de 2001.
Entrevista com o Sr. Jean Felipe de Almeida dos Santos, concedida a Isolde Maria Waldmann em novembro 2001.
Entrevista com o Dr. Levi Martins, concedida a Isolde Maria Waldmann em 20 de novembro de 2001.

Pesquisadoras – Isolde Maria Waldmann e Claudine Cavalli Fontoura
Supervisora – Isolde Maria Waldmann

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