Patrimônio em Ponta Grossa
O termo patrimônio possui diferentes sinônimos, podendo ser atribuído como herança paterna, legado, posse, propriedade, em síntese é o ato de transmitir entre gerações, como uma herança, seja física ou simbólica. Quando pensamos em patrimônio cultural de uma cidade, logo pensamos em casas, prédios, em bens de pedra, cal e madeira, mas patrimônio são todos os símbolos e signos de uma comunidade que se vinculam diretamente com as memórias e a identidade de uma coletividade.
O patrimônio se vincula diretamente com as relações sociais, as práticas cotidianas, as atuações comunitárias e os sujeitos, saindo assim do campo da materialidade e passando para o campo simbólico, das representações sócio- culturais.
Uma música, um poema, um sabor, uma tradição; podem e são considerados patrimônio cultural, tanto quanto uma edificação do século XIX ou uma área ambiental. O que a identifica como tal são os vínculos que uma comunidade estabelece com elas, como são construídos socialmente, qual influência exerce sobre as pessoas, seus hábitos e suas memórias, quais são os símbolos que tornam aquele local, aquele bioma ou aquela tradição em passível de ser preservado.
Para que seja feito a preservação dos bens patrimoniais foram desenvolvidas ferramentas e políticas de disseminação e salvaguarda, uma delas é o tombamento patrimonial, ainda considerado um estigma social.
Ao contrário do que se debate, o tombamento patrimonial não impede a preservação, é uma ação jurídica, um ritual que dá um status de interesse coletivo a um monumento, a uma prática simbólica ou a uma área da biodiversidade. Seu objetivo é a salvaguarda patrimonial evitando que aquele símbolo não seja perdido, danificado ou destruído, devendo ser garantia do proprietário em consonância com o poder público, a tomada de ações benéficas que garantam a integridade e a longevidade daquele patrimônio.
Hoje os patrimônios brasileiros estão respaldados em três níveis hierárquicos divididos nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal cada um com mecanismos que definem o que é de seu interesse e responsabilidade.
Atualmente Ponta Grossa têm bens tombados a nível estadual, pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (CEPHA) criado em 1935, contando com 9 bens materiais tombados: Antigo Fórum construído em 1928 (1990); Antigo Hospital 26 de Outubro construído em 1931 (2004); Capela Santa Bárbara do Pitangui construída em meados de 1729 (2000); Colégio Estadual Regente Feijó de1927 (1990); Edifício à Praça Marechal Floriano Peixoto nº129 de 1906 (1990); Estação Paraná de 1894 (1990); Estação Roxo de Rodrigues de 1900 (1990); Mansão Vila Hilda de 1927 (1990) e Parque Vila Velha, Furnas e Lagoa Dourada – Ponta Grossa (1966).
Na lista do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional não consta nenhum bem da cidade. Porém estão certificados dois espaços do município, categorizados como bem tombado de renascente de antigos quilombos, sendo o Quilombo Sutil e o Quilombo Santa Cruz, reconhecidos pela Fundação Cultural Palmares.
A nível municipal, a cidade conta com o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) fundado em 1999 vinculado à vinculado à Secretaria Municipal de Administração e Negócios Jurídicos.
Outro dado associado ao patrimônio da cidade é a lista de bens imateriais, vinculados aos “Saberes” como o saber-fazer da cerveja; o artesanato em palha e a Alcatra no Espeto, considerada desde 2010 como prato típico de Ponta Grossa; em “Expressões” estão relacionados a Banda Lyra dos Campos; Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (FENATA); o Festival Universitário da Canção (FUC); a Festa do Divino Espírito Santo e a MünchenFest. É definido como representação de “Lugares”, onde estão presentes a devoção em torno do túmulo da Corina Portugal (2022) e o Footing da Rua XV.
A listagem de bens tombados e inventariados como patrimônio cultural de Ponta Grossa, representa a preocupação da comunidade com a preservação de das histórias e de múltiplas memórias que se vinculam nos hábitos e costumes do ser pontagrossense. Hábitos e tradições que estão atrelados a religiosidade de diferentes crenças, a educação, ao lazer e ao entretenimento, aos costumes comerciais locais, diferentes formas, cores e sentimentos que se mantém vivo no dia a dia, em nossas memórias ou presente nas inúmeras fotos registradas e guardadas por nomes como Bianchi, Foto Elite, Foto Carlos, entre outros.
Endereço: Rua Júlia Wanderley, 936 – Centro, Ponta Grossa – PR
Funcionamento: de segunda a sexta das 09 às 18h
Contato: 3220-1000 (ramal 2096)
E-mail: casadamemoria_pg@hotmail.com